“No final do dia, se você entrega um bom trabalho, não importa se é homem ou mulher” – Conheça Andrea Cabeça, Superintendente de TI do Itaú Unibanco

Minha história começa engraçada… Minha mãe comprou uma máquina de lavar roupa e um dia essa máquina quebrou. Minha família morava no interior de São Paulo e não tinha peça de reposição, e ninguém conseguiu consertar. Decidi, então, começar um técnico em processamento de dados, com foco em hardware, e foi aí que tudo começou. Terminei a escola, fiz faculdade e arrumei um estágio em uma loja que consertava e montava computadores. Meu próximo passo foi começar a lecionar. Fiz um mestrado e fui dar aulas sobre sistemas embarcados, que hoje a gente chama de internet das coisas.

Enquanto era professora, fui chamada para voltar a trabalhar em empresa e aí atuei em diversas consultorias e viajei o mundo trabalhando. Apesar da minha experiência, lembro que, por ser a única mulher entre as equipes, me esforçava para “me enfeiar” todo dia. Me perguntavam frequentemente se eu não era do RH ou do marketing. Eu não era levada muito à sério e muitas vezes tinha que fingir que não era inteligente. Eu ia trabalhar de terninho, o mais largo possível, pra não ficar feminina. “Não é possível que você seja de tecnologia”, comentavam. Mas eu sou. E sou muito boa.

Hoje em dia o contexto é bem diferente de quando eu comecei.

Um benefício de ter carreira nessa área é que o trabalho é muito mensurável. Independente da aparência física ou do sexo, ou você sabe programar, ou você não sabe. As avaliações são mais precisas e o foco é nos resultados, não no que achamos das pessoas. No final do dia, se você entrega os resultados esperados, não importa se é homem ou mulher. Se você tem um programa para desenvolver, um sistema para botar no ar, um aplicativo para finalizar e no final o seu aplicativo está disponível na loja, seu sistema não caiu e seu programa não foi invadido por um hacker, isso conta muito mais do que qualquer coisa.

Vejo que em outras áreas isso ainda é diferente. Se você é de uma área comercial, por exemplo, a sua aparência ainda pode ser usada para o seu sucesso, porque a percepção ainda é considerada, além do resultado. Na tecnologia, isso tem facilitado a vida das mulheres.

Mas, uma dificuldade que ainda enfrentamos, é na hora de conseguir os empregos. Para não correr esse risco, aqui no Itaú aplicamos uma prova. Se o resultado é positivo, você tem chance de ser contratado. Do lado do recrutador, uma dificuldade é encontrar meninas que estejam dispostas a seguir esta carreira. Vemos muitas mulheres gestoras na área de tecnologia, mas programadoras mesmo, é mais difícil. Por isso, eu sempre digo para as meninas: acreditem no seu potencial. Confiem na mudança da sociedade e sejam vocês mesmas! Na tecnologia, isso só vai te trazer coisas boas!

Perfil de Andrea no linkedin: https://bit.ly/2A4ZkS6

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