“Farei o melhor que puder na primeira vez!” Conheça Lyzbeth Cronembold e sua trajetória de determinação, resiliência e inspiração feminina

Decidi seguir a carreira de tecnologia por influência dos meus pais. Não porque era o que eles queriam que eu fizesse, mas porque, ao ajuda-los na profissão, vi despertar em mim a curiosidade sobre formas de agilizar os processos. Meus pais são médicos e, naquela época, precisavam datilografar todas as fichas das consultas, que as secretárias escreviam à mão, para prestação de contas. Chegando em casa tarde e cansados, eles me pediam ajuda e, mesmo jovem, eu era responsável pela máquina de escrever. Eu não sabia o que era computação na época, mas quando chegou a hora do vestibular, quis entrar para a faculdade de informática. Meu pai ficou um pouco frustrado, queria ver a filha médica, mas me apoiou na decisão porque expliquei sobre as possibilidades para o futuro. Em relação a ser mulher na área tecnológica, enfrentei algumas barreiras mas superei com os resultados apresentados. Me lembro da minha mãe me dizendo para não depender financeiramente de ninguém e seguir minhas próprias escolhas. “O seu dinheiro é o que vai te dar a sua liberdade”, ela me dizia. E essa frase seguiu comigo por toda a minha trajetória.

Comecei na área pós-venda, com atendimento ao cliente para resolver problemas de um sistema específico. Dali, comecei a de fato desenvolver sistemas e acabei sendo transferida para Recife. De cara já senti as diferenças em relação ao Rio Grande do Sul. Foi um desafio muito grande! Imagina uma garota em seus 20 e poucos anos ingressando, em outro estado, em um mercado machista e dominado por homens. Mas pra mim, fui recompensada positivamente. Aprendi sobre diversidade e sobre diferentes culturas. Trabalhei também em um projeto que automatizava processos trabalhistas no TRT da 6ª Região e quando vi o sistema no Fórum em São Paulo, fiquei orgulhosa e tive mais certeza das minhas escolhas. Ainda em Recife, antes de vir para terras paulistanas, iniciei as operações do Terra, depois de 6 meses de trabalho dessa operação já tínhamos conquistado o mercado. Em São Paulo, entrei Portugal Telecom que me deu a oportunidade de morar fora do país. Trabalhar com tecnologia me permitiu ser uma pessoa cosmopolita.

Acredito que o que define a tecnologia é futuro, inovação. E me encanta a forma como se trabalha, nessa área, de forma colaborativa, como em algumas plataformas que você participa de projetos do mundo inteiro, com pessoas que você nem conhece. Essa carreira te permite criar e romper barreiras, permite inclusão. E como mulher, eu sinto que é um caminho mais difícil, sim, mas que com determinação, resiliência e profissionalismo, pode ser superado. Percebo nas mulheres que compartilham o mesmo caminho comigo características muitos similares com as minhas. Desenvolvemos nosso raciocínio lógico, nossa visão do todo, sabemos vender nossas ideias e nos posicionar como profissionais que geram valor. Criei há alguns anos um grupo on-line que conta hoje com mais de 100 executivas de TI, e, apesar de não nos vermos todos os dias, conversamos e compartilhamos nossas ideias e objetivos. Para balancear a colaboração no mundo virtual, nos encontramos, pelo menos uma vez por ano, para estimular também a interação olho no olho, tão importante quanto a digital.

Acredito que o sucesso é conquistado dia-a-dia com suas ações, por isso é importante: ouvir, ter foco, ter determinação, e colaboração, ter alguém para se espelhar pode inspirar. Assim, a motivação vem de dentro pra fora. Quando eu comecei a minha carreira, eu pensava “farei o melhor que puder na primeira vez”. E hoje, por causa da tecnologia, me sinto realizada e desafiada todos os dias. O autoconhecimento faz com você se contribua significativamente para a organização!

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