Já há muito tempo desejo compartilhar minha trajetória escolar e profissional. Muito mais que contar minha história, minha pretensão era de, de alguma forma, influenciar jovens brasileiras a ingressarem no mundo da tecnologia.

Venho adiando qualquer movimento nessa direção… para aqueles que me conhecem, pode soar estranho pois sou conhecida por executar tudo que planejo. Diferente de outros projetos, esse permaneceu engavetado até poucos dias atrás quando li um artigo sobre Camila Achutti, que é formada em Ciência da Computação pela USP e agora mestranda pela mesma instituição, e é uma evangelizadora do poder da tecnologia.

Nesse artigo Camila comenta que ingressou na faculdade de Ciência da Computação vislumbrando a carreira na área como um meio de realizar seus sonhos. Camila menciona toda as dificuldades e barreiras enfrentadas em seu caminho enquanto não tinha nenhum exemplo claro para lhe servir de inspiração e modelo.

Camila tornou-se uma das líderes do movimento por igualdade de gêneros no mercado de Tecnologia de Informação no Brasil.

A leitura desse artigo produziu um efeito de esperança e entusiasmo em mim, o mesmo efeito que sinto ao ver fogos de artifícios na celebração do Ano Novo.

O tom que gostaria de dar a este posting e outros que espero publicar, não é o de igualdade de gêneros na área de tecnologia, e sim um tom de esperança e direção a jovens mulheres  brasileiras. A carreira na área de tecnologia pode ser a chave de realização de muitas aspirações.

Trilhar um caminho profissional nessa área é abrir uma série de possibilidades. Minha história e de tantas outras mulheres exemplificam minha afirmação.

Vejam que estudei em escola pública e fiz faculdade em Universidade Federal. Cursei Ciência da Computação nos anos 80, realizando projetos da faculdade utilizando cartão perfurado. Inicialmente entrei em Engenharia Elétrica mas logo mudei para Ciência da Computação por ser no período noturno e possibilitar trabalhar durante o dia.

Logo após minha formatura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, consegui um estágio remunerado pela AIESEC* na IBM de Nova Iorque, EUA.  Para viabilizar minha viagem, busquei empréstimos com pessoas conhecidas.

Após 18 meses, emendei outro estágio na IBM de Hamburgo, Alemanha. E não parei mais. Após alguns anos trabalhando de volta no Brasil, ganhei bolsa de estudos integral e fiz Mestrado em Tecnologia Instrucional nos Estados Unidos.

Tive diversas posições desafiadoras em diferentes áreas de empresas de tecnologia. Há 5 anos tenho uma posição de liderança em Marketing em uma multinacional de software.

Além das possíveis possibilidades, a participação mais efetiva de mulheres nas engenharias e em outras áreas de ciência, tecnologia e inovação é fundamental para que o Brasil atinja a soberania tecnológica e um grau de competitividade frente ao mercado global.

Um dos limitantes é que poucas mulheres direcionam suas vidas profissionais para as carreiras tecnológicas.

Assim como mencionou Camila em seu artigo, há vários outros que afirmam a importância de meninas serem apresentadas a exemplos de mulheres para serem influenciadas a seguir estas profissões.

Em minha carreira recebi diversos prêmios profissionais. É uma trajetória fácil? Claro que não é!!!! Mas certamente é um caminho que permite a realização de diversos sonhos. É sim um caminho que permite balanço entre vida pessoal e profissional. É sim um caminho que pode-se manter motivado sempre!

E é com o intuito de inspirar e encantar jovens mulheres a entrarem na vida da tecnologia que estou aqui humildemente contando um pouco de minha história e contarei em outros postings a de outras mulheres que tive o prazer de conhecer.

 

*  a AIESEC é uma rede global formada por jovens universitários e recém-graduados, que, por meio do trabalho dentro da organização e de intercâmbios profissionais, estimula a descoberta e o desenvolvimento do potencial de liderança de seus membros

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