“Ao mesmo tempo que é extremamente desafiadora, a tecnologia é uma área de colaboração e de infinitas possibilidades para o aprendizado”, Roberta Ezar – Sócia de Digital & Data Analytics da Ernst & Young

Introdução:  

Das atividades operacionais à sociedade na divisão de Digital & Data Analytics de uma das maiores multinacionais de serviços profissionais do mundo, Roberta Ezar contradisse as estatísticas da sua turma de Processamento de Dados, composta por quase 50 homens e, diferente das suas três colegas mulheres, não seguiu o caminho da área comercial e mergulhou de cabeça em projetos de desenvolvimento. Vem conferir e se inspirar nessa trajetória de sucesso:

Comecei a trabalhar ainda muito cedo aos 14 anos como recepcionista em um cursinho em troca da bolsa de estudos. Fiz um curso técnico de Nutrição, mas para a Graduação escolhi Processamento de Dados, tendo como inspirações: meu tio que era Analista de Sistemas e minha tia que tinha uma carreira de sucesso no setor financeiro.

Meu caminho foi construído com muito estudo e dedicação. Mergulhei de cabeça nos projetos e consegui desenvolver minha carreira com boas oportunidades, colegas e líderes que me apoiaram para que eu pudesse desenvolver o meu melhor.

Os primeiros anos na profissão não foram fáceis, eu gostava mesmo da parte técnica e fiz estágio em uma revenda HP atuando como suporte. Foi uma fase operacional em que eu colocava a mão na massa e enfrentava a desconfiança do meu gestor, que questionava se eu ‘daria conta’ de trabalhar a noite por muitas horas em uma função tão específica e até mesmo braçal.

Em outra oportunidade em uma indústria de fotografia, aprendi bastante sobre redes e implementação de ERP e CRM, assim consegui me destacar pelo desenvolvimento dos relatórios e gradualmente surgiram vários projetos para customização das aplicações. Em mais cinco anos eu estava imersa no desenvolvimento de softwares (já em outra empresa).

Quando vejo o que mudou do começo da minha carreira para o momento atual no que diz respeito à diversidade, percebo muitas mudanças e abertura para equipes mais heterogêneas. Por alguns anos eu era questionada por ter tatuagem e cabelo vermelho, mas nunca me importei muito com esses julgamentos. Eu respondia os comentários na prática, sendo destaque nas entregas.

Com o tempo percebo o quão importante é incluir pessoas diferentes no time e abracei também como uma missão apoiar as ações de inclusão.

Projetos de excelência, estudos e dedicação até chegar ao alto nível executivo

Há 16 anos estou na EY e antes disso, passei por vários clientes, mudei de consultoria duas vezes e desde 2005 venho me desenvolvendo na Ernst & Young, que tem muita influência da cultura Norte Americana.

Consegui chegar à sociedade na divisão Digital & Data Analytics o que é extremamente gratificante e demonstra que sim, é possível para nós mulheres sermos convidadas para compor o alto nível executivo, claro que tudo isso com um preço.

Muitas vezes tendo que deixar a vida pessoal em segundo plano e dedicar seu tempo em viagens a trabalho e manter o estudo contínuo. Além do inglês tradicional aprendido na escola, fiz aulas particulares e conclui uma Pós-Graduação em Desenvolvimento de Software e outra em Administração.

Hoje meu conselho para as mulheres que começam na profissão é que não criem tantas barreiras para si, não exijam ter milhares de certificações ou o inglês avançado para começar. As oportunidades aparecem e a qualificação vai naturalmente ser exigida e desenvolvida, com isso, é possível encontrar oportunidades compatíveis com o grau de conhecimento.

Nem só de parte técnica se constrói uma executiva de sucesso

Além da parte técnica eu sempre gostei muito de humanas o que me levou a desenvolver aptidões de liderança. Estudo muito antropologia e culturas.

Em 2019 tirei um período sabático para estudar melhor inovação na Ásia e foi uma experiência incrível entender como esses povos priorizam mais o senso coletivo no dia a dia.  

Nesses anos de experiência e de aprendizado, tento estimular líderes homens a darem lugar de fala para as mulheres de suas equipes, incitarem a participação em reuniões e projetos, permitindo que sejam ouvidas e respeitadas de forma igualitária.  

Para as meninas que desejam ingressar na área, meu conselho é: se você sentir que gosta, só venha. É uma área muito desafiadora, mas também muito divertida e cheia de oportunidades, que demanda muita dedicação e que será recompensada por dias únicos que dificilmente terão uma rotina engessada.

______ Para acompanhar os projetos e a rotina da Roberta, siga seu perfil: https://www.linkedin.com/in/robertaezar/

Texto de: Érida Silva -> https://www.linkedin.com/in/erida-silva/

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