“A persistência e a provação são nossas maiores virtudes”. Conheça a história de Elisa de Andrade, que abandonou a enfermagem e se apaixonou por tecnologia.

Enfermagem. Era essa a carreira que, aos 17 anos, eu tinha certeza que queria seguir. Fiz um curso técnico, atuei por 3 meses na área e já foi tempo suficiente para perceber que não seria feliz fazendo aquilo. Então, aos 19 anos, arranjei outro emprego e comecei a trabalhar como recepcionista na Receita Federal.

Entre as amizades que fiz, me conectei com a administradora do sistema de lá e ela foi a minha maior inspiração. Ela me apresentou a área técnica e me motivou a fazer faculdade. A dedicação e energia dela para me ensinar e mostrar como a tecnologia funcionava foram extremamente importantes para mim, que estava perdida e não tinha ideia de que caminho seguir.

Saí do trabalho e dediquei os seis meses seguintes aos estudos. Consegui passar na faculdade e gostei logo de cara! Apesar de ter sido fisgada pela tecnologia, isso não aconteceu com todos os meus colegas. Vi a sala de aula cada vez mais vazia, porque muitas pessoas desistiram no meio do caminho. Entendo que, como o cenário de educação no Brasil tem um grande déficit na área da matemática, muitos talentos acabam se perdendo, na faculdade ou na carreira, por dificuldade de dominar alguns preceitos da tecnologia. Para mim, é preciso ter persistência. E claro, em uma turma de análise de sistemas, a maioria dos alunos eram homens.

Na faculdade, não senti muito o impacto de ser uma mulher na tecnologia. Acabei formando panelinhas e me aproximei muito das colegas mulheres e isso foi essencial para a minha formação e desenvolvimento.

Já no mercado de trabalho eu senti todas as dificuldades incessantemente relatadas pela maioria das mulheres. Fui interrompida, fui descreditada, tive a minha capacidade questionada, mas não deixei de seguir em frente. A persistência e a provação são nossas maiores virtudes.

Acredito que a tecnologia é o meio mais universal e plural de quebrar barreiras sociais e proporcionar acesso à facilidades e informações, que muitas vezes ficam represadas em camadas restritas e conservadoras da sociedade. Acho que é um caminho para quebrarmos muitos paradigmas.

Por isso, assim como eu fui inspirada por uma mulher da área da tecnologia, quero inspirar outras meninas a seguirem esta carreira. Vim de uma base familiar humilde e isso não me impediu de ter sucesso no mercado. Consegui, com a rede de apoio que construí na faculdade e no trabalho, estruturar um bom background para alavancar a minha trajetória e por isso quero passar a mensagem da importância da empatia no dia-a-dia. A união entre as mulheres nesse mercado é muito relevante. Além disso, é preciso sentir satisfação e orgulho do que se faz, deixar o olho brilhar quando se atinge bons resultados. É isso que vai te motivar a continuar quando os obstáculos aparecerem.

Para conhecer mais a trajetória da Elisa, clique aqui.

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