“A ciência, a fé – e o estudo! – transformam! Isso é tecnologia.” – Conheça Arethusa Pontes, Superintendente de Arquitetura de Solução do Banco Itaú
Sempre me interessei pela realização e evolução do homem. Para mim, a ciência e a fé – e o estudo! – transformam. E era isso que eu queria fazer: transformar e melhorar o mundo. Por isso, fui sempre muito ligada à área das exatas e minha família me apoiou nessas decisões. “Se é isso que você quer, vamos lá!”. Quando comecei a cursar engenharia acabei virando inspiração, e amigos e vizinhos tinham muita curiosidade.
Minha mãe sempre gostou de estudar e, em casa, ler, estudar e confiar eram as regras. Qualquer coisa poderia ser feita, ela me dizia, desde que depois de ler e estudar. Meu pai trabalhava na linha de produção de uma fábrica de embalagens e eu me lembro bem quando comecei a estagiar. Ele me levava na fábrica e me apresentava tudo, muito orgulhoso. Não senti medo nenhum por estar cercada de homens, ele estava do meu lado! Os dois foram e continuam sendo fundamentais no meu crescimento pessoal e profissional.
Em compensação, diferente do que vi no meu círculo familiar, a faculdade era um ambiente muito masculino – e machista. Éramos em apenas 4 mulheres e nos apegamos umas as outras para enfrentar as piadinhas. Tive sorte de ter esse grupo de apoio, mas precisei ignorar muita coisa para ter força para continuar. Me formei em engenharia química e minha mãe morria de preocupação com a sensação de perigo que uma empresa petroquímica passa, me vendo toda uniformizada, de botas e capacete. Mas penso que se eu fosse um menino, ela teria a mesma reação… Proteção de mãe!
Depois de me formar, acabei indo de fato para a tecnologia da informação. Para minha surpresa, encontrei mais mulheres do que imaginei que encontraria, ainda mais por estar acostumada com a engenharia. A predominância ainda é masculina, mas não somos tão poucas assim. Tanto que as minhas primeiras gestoras foram mulheres e, até eu ser promovida, sempre tive uma coordenadora ou gerente mulher. Sem perceber, acho que isso foi bem importante. São mulheres que admiro até hoje e sou muito grata.
Acho que ter alguém para admirar, para servir de referência, é essencial para ter a confiança de que pode dar certo. Hoje, percebo que eu mesma sou referência para outras mulheres. É uma responsabilidade que carrego e sempre reservo parte do meu tempo para investir nisso.
Por ser uma carreira que demanda muito tempo – você tem suas horas de trabalho formais, mas no fim não para de trabalhar nunca –, ainda é um desafio para algumas mulheres conciliarem as tarefas pessoais e profissionais. A dedicação é muito grande e acho que é a escolha de cada uma dar um tempo na carreira para cuidar da família. Eu mesma trabalhei até o dia que minha filha nasceu. Foi tudo planejado e o trabalho não impactou minha gestação. Consegui equilibrar as coisas. E até nisso a referência é importante! Saber como outras mulheres lidaram com esta situação.
Se eu pudesse dar um conselho para meninas que queiram seguir a carreira em TI é: estudem, estudem, estudem! Vocês vão precisar se atualizar sempre, mas as recompensas valhem a pena. Se você é curiosa, quer aprender, ensinar e trabalhar em equipe, este é um caminho pra realizar todos os seus sonhos!
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